terça-feira, 13 de novembro de 2012

A FAMÍLIA LEONÍSTICA


A FAMÍLIA LEONÍSTICA
 
            Em toda reunião ordinária dos Lions clubes, ao ser proferida a “Invocação a Deus”, nos deparamos, logo no seu início, com a frase “ Senhor, nós lhe agradecemos por estarmos mais uma vez no convívio de nossa família leonística e unidos para servir melhor o  nosso semelhante”.
Mas, creio eu, muitas pessoas não se dão conta do que seja família leonística.   Uma família biológica é composta pelo pai, chefe da família, a mãe, como viga mestre de suporte e os filhos, agregados, netos,  etc.  Nem todos comungam dos mesmos ideais. Nem todos têm as mesmas idéias sobre qualquer coisa que se apresente, mas todos se respeitam e lutam para a sobrevivência da família que é o ideal comum. Quando esta família ou parte dela decide seguir uma religião, passando, portanto, a freqüentar uma igreja, juntam-se a outras famílias ou parte delas, criando-se uma família religiosa mais ampla. Seja como for, essa nova família será formada de pessoas distintas e que precisam ser integradas a este ideal religioso de uma forma que todos se sintam irmanados para que se ajudem mutuamente e possam levar adiante sua fé. Passam a conviver periodicamente e a se conhecerem cada vez melhor. Passam a dividir momentos de alegria e de tristeza, de sucesso e fracasso e precisam da força da fé para superar tudo isso. Aqueles que se comportam sempre com altivez em qualquer dessas circunstâncias, atingem seus objetivos de vida.
       A família leonística é o que esperamos, essa junção de pessoas que comungam dos mesmos ideais e para tanto esperam atingir seus objetivos, ou seja, servir ao próximo. Nesta convivência, alguns se aproximam mais de uns do que de outros, porém devem respeitar a todos e ajuda-los na obtenção dos objetivos comuns. Diferentemente da família religiosa, a família leonística pode ser formada de pessoas de diferentes credos, portanto, com convicções bem diferentes de outras pessoas. 
       Quando buscamos uma intimidade com pessoas que comungam os mesmos ideais nossos, mas que muitas vezes divergem de nossos pensamentos em relação à vida, temos que aprender a separar as coisas para não violar o limite da privacidade de cada um e principalmente respeitar as diferenças. Temos que dividir momentos de alegria, como aquela churrascada, boca livre, propiciada por um companheiro ou companheira, em que alguns levam até a sogra e nos fartamos de comer, beber e cansamos de falar besteiras, mas também temos que nos preparar para dividir as tristezas como visitar esses mesmos companheiros em hospitais e até contemplá-los no seu velório ou de seus entes queridos. Também devemos cumprimentá-los efusivamente em seus momentos de sucesso, mas não nos esqueçamos de oferecer nosso ombro amigo em seus momentos de angústia e de pesar. Não devemos esquecer um dos preceitos do código de ética do leão, ou seja: praticar a amizade como um fim não como um meio. Algumas vezes não conseguimos ter sintonia com um/a companheiro/a, nem mesmo simpatia e desta forma não precisamos estabelecer uma amizade, mas devemos respeita-lo/a e trabalhar com essa pessoa nos objetivos comuns.
Há também pessoas que querem saber antes do nome da pessoa a quem estão sendo apresentadas, qual sua condição social e seu “currículum vitae”, com o intuito de quererem saber como usá-la no futuro. Este tipo de comportamento é simplesmente inadequado numa família leonística. O Lions surgiu através de pessoas que divergiram destes pensamentos mesquinhos e foi criado para ser uma grande família onde todos pudessem pensar apenas no próximo, independentemente de quem esteja ao nosso lado nesta luta.  
Esta é a família leonística que almejamos. Ela não é apenas uma família social, muito comum nos clubes sociais que muitas vezes freqüentamos, quando jantamos juntos, praticamos esportes juntos, jogamos cartas juntos e muitas vezes alguns fazem fofocas irresponsáveis. À propósito, aqueles que assim o fazem, seria interessante perguntar-se : se alguém falasse de você, você gostaria ? Riria como o faz quanto o alvo é o outro? Por isso, a família leonística deve transcender esse modelo. Podemos até fazer algumas dessas atividades juntos, mas com o maior respeito para que possamos atingir os ideais comuns. A família leonística é o alicerce do clube. É o seu maior patrimônio e cabe a todos nós a tarefa de mantê-la incólume aos problemas mundanos da vida, tais como, entre outras coisas, o culto ao ego, onde companheiros/as se apegam a cargos como se isso representasse ascendência social sobre os demais.
Para isto especificamente devemos conjugar o verbo estar e não o verbo ser. “Estou Presidente” e não “sou Presidente”. Outra pessoa virá logo a seguir em minha substituição e eu serei seu colaborador como ela foi minha colaboradora até agora. O que importa é servir ao próximo que Deus lhe retribui em dobro aquilo que você faz. Como é bom para a gente, quando prestamos serviços comunitários, pois aumenta a nossa auto-estima sentirmos que ainda somos úteis à sociedade.
Desta forma, temos certeza que pertencemos a uma família leonística.  Se mantivermos um clima cordial e fraterno, temos tudo para ampliar essa familia. Se, contudo fracassarmos, ela se esvairá, o clube fechará suas portas e estaremos assinando um atestado de fracasso como seres humanos e como cristãos. Pensemos bem nisso... 
 
Antonio Benson Junior
Secretário
Lions Ipiranga
27/2/2007

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