MAIS UMA PÉROLA DE AUTORIA DO SAUDOSO PAULO FERNANDO SILVESTRE
 A ideia de servir evoluiu do próprio companheirismo gerado pelas 
 reuniões dos primeiros Lions. A história da nossa organização revela 
 que, logo no início, a meta de colaborar uns com outros para o benefício 
 dos próprios negócios, se tornou menos atraente aos leões do que poder 
 ajudar pessoas menos afortunadas.
 O companheirismo reinante nos Lions logo fez com que os leões 
 percebessem que desfrutavam seus clubes muito mais, quando podiam 
 colaborar e demonstrar sua generosidade conjunta, em prol da melhoria da 
 vida de nossos semelhantes. Esta afirmação ainda é verdadeira hoje em 
 dia.
 Companheirismo e prestação de serviço são dois conceitos tão 
 inseparáveis como “amor e casamento”. É difícil ter um sem o outro, mas 
 a discussão sobre qual surgiu primeiro nunca termina. Servir origina 
 companheirismo? Ou o companheirismo nos faz servir?
 Não há dúvida que o companheirismo é a base que dá origem à prestação 
 de serviço.
 O desejo de servir provém do companheirismo. É um ato de amor, ou seja, 
 não envolve um dever, sendo sua única recompensa um aumento do 
 amor-próprio e da dignidade pessoal. Além disso, intensifica o 
 sentimento de “pertencer” a um grupo com ideal de servir.
 O companheirismo leonístico deve ser a prioridade básica de qualquer 
 programa de atividade de um clube de Lions. Deve ser fundamental para um 
 projeto de ação comunitária.
 Sem companheirismo não haverá coesão, não haverá entusiasmo, não se 
 realizará um trabalho social positivo, não existirá Lions.
 O companheirismo é a união que transforma simples conhecidos em amigos 
 fraternos, solidários nas alegrias e nas aflições. Daí é que se irradia 
 a força de ação do movimento leonístico, na prática do ideal de servir.
 Da convivência surge a amizade e da amizade surge o companheirismo, 
 como instrumento eficaz de êxito na prática do ideal de servir.
 Em companheirismo não há ideal de Servir, porque ninguém serve sem 
 amor.
 Gabriela Mistral, poetisa chilena, prêmio Nobel de Literatura, em seu 
 poema “O Prazer de Servir”, relata com maestria o que é o ato sublime de 
 servir:
“Toda a natureza é um serviço.
 Serve a nuvem, serve o vento, serve a chuva.
 Onde haja uma árvore para plantar, planta-a tu.
 Onde haja um erro para corrigir, corrige-o tu.
 Onde haja um trabalho e todos se esquivam, aceita-o tu.
 Sê o que remove a pedra do caminho, o ódio entre os corações e as 
 dificuldades do problema.
 Há a alegria de ser puro e a de ser justo.
 Mas há, sobretudo, a maravilha, a imensa alegria de servir.
 Que triste seria o mundo se tudo se encontrasse feito.
 Se não existisse uma roseira para plantar, uma obra para iniciar!
 Não te chamem unicamente os trabalhos fáceis.
 É muito mais belo fazer aquilo que os outros recusam.
 Mas não caias no erro de que somente há méritos nos grandes trabalhos.
 Há pequenos serviços que são bons serviços:
 Adornar uma mesa, fazer uma bandeja, arrumar os livros, pentear uma 
 criança.
 Aquele é o que critica, este é o que destrói. Sê tu o que serve.
 O servir não é faina de seres inferiores.
 Deus que dá os frutos e a luz serve. Seu nome é: “Aquele que Serve”.
Ele tem os olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta a cada dia:
 A quem serviste hoje? À árvore? A teu irmão? À tua mãe?”
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